Sustentabilidade: o futuro do reporte empresarial


As empresas têm vindo a sofrer pressões crescentes para demonstrar maior comprometimento com o longo-prazo, com a criação de valor sustentável, que incorpore as mais amplas exigências das pessoas e do planeta. Contudo, o horizonte das Normas e dos Normalizadores sobre o Relato da Sustentabilidade encontra-se repleto, fragmentado, com alterações contínuas e pode ser difícil de seguir.

Esta Publicação da BDO Global apresenta os tipos de divulgações sobre a sustentabilidade que as empresas podem pensar em utilizar no seu reporte (providenciando uma visão global de alto nível sobre as melhores Normas e Estruturas de Relato) e analisa os presentes e futuros desenvolvimentos esperados.

Neste momento, estima-se que existam mais de 500 padrões formais e informais de Estruturas de Relato sobre a Sustentabilidade, em função da indústria, da localização e dos problemas existentes. Uma série de empresas (principalmente grandes empresas) optaram por publicar informações sobre a Sustentabilidade de acordo com as mais proeminentes Estruturas de Relato, que incluem:

  1. A Global Reporting Initiative (GRI);
  2. O International Integrated Reporting Council (IIRC) e o Sustainable Accounting Standards Board (SASB), que agora se juntaram para formar o Value Reporting Foundation (VRF);
  3. As recomendações da Task-force on Climate Financial Disclosures (TCFD).

Outras Estruturas de Relato incluem:

  1. CDP (ex-Carbon Disclosure Project);
  2. O Climate Disclosure Standards Board (CDSB);
  3. O UN Sustainable Development Goals; e (IV) o UN Global Compact.

No entanto, o Relato sobre a Sustentabilidade é inconsistente, devido às diferenças de requisitos entre essas Estruturas e, sendo voluntárias, existem inconsistências na sua aplicação. As empresas também podem escolher relatar usando apenas alguns elementos de uma série de diferentes Estruturas, levando a um risco percecionado (e real) de que as empresas irão focar e relatar as métricas que as retratam de uma forma mais positiva, sugerindo a existência do denominado greenwashing.

Como a exigência por uma melhor qualidade do relato sobre a sustentabilidade aumentou, nos últimos 12 meses existiram desenvolvimentos significativos sobre esta matéria.

Na União Europeia, a Comissão Europeia encontra-se em processo de revisão da sua Diretiva sobre o Relato Não Financeiro e publicou, recentemente, uma proposta para uma nova Diretiva sobre o Relato da Sustantabilidade. Isso vai exigir que as Normas de Relato sobre a Sustentabilidade da União Europeia sejam desenvolvidas e publicadas, estando este trabalho já em curso no European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG).

O âmbito dessas Normas deverá ir além do planeado pelo Board da IFRS Foundation e estender-se-á à chamada “dupla materialidade” que, genericamente, corresponde à consideração dos impactos de uma entidade na sociedade em geral, bem como nos participantes dos mercados de capitais. É expectável que, na medida em que o âmbito se sobrepõe, as Normas sobre a Sustentabilidade da União Europeia venham a ser totalmente consistentes com as que serão produzidas pelo novo Board da IFRS Foundation.

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